Após 4 mortes seguidas, poder público não assume sua ineficácia na gestão IGES-DF

Por Isaac Anderson e Vinícius de Freitas

A saúde pública do Distrito Federal tem sido alvo de intensos debates recentemente. A situação é crítica, com relatos de negligência e falta de atendimento adequado, especialmente em relação às crianças.

Nos últimos meses, foram denunciadas pelo menos quatro mortes envolvendo crianças em UPAs e UBSs no DF.

Diante dos fatos, o Secretário da Casa Cívil, Gustavo Rocha, negou que houve algum problema por parte do IGES.

“O que e possível, a gente tá fazendo, mas existe uma sobrecarga na saúde do DF, e isso não negamos. E o que estamos fazendo e buscar soluções pra resolver isso. Não há crise na Saúde do DF, a saúde do DF ela “funciona”.

Em menos de 30 dias, quatro crianças morreram em seguida no DF:

Em 14/04, Jasminy, um bebê de 1 mês morreu na UPA do Recanto das Emas.

Um mês depois, no dia 14/05, na mesma UPA, Enzo Gabriel de 1 ano, morreu após esperar 12 horas por uma ambulância pra transferência ao HMIB, em seguida 3 dias depois, já em 17/05, a Bebê Anna Júlia morreu após tentar 4 atendimentos em várias UPAs do DF.

Recentemente uma mãe chamada Isadora de 27 anos, denunciou a morte de sua filha recém-nascida, Aurora, que viveu apenas 3 dias, devido a complicações ocorridas durante o trabalho de parto no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

Isadora alega que a demora para a realização do procedimento colaborou para a morte da pequena Aurora.

Ela procurou a emergência do HRT no dia 9 de maio após receber a recomendação de internação e de parto cesárea, pois começou a apresentar picos de pressão alta a partir da 38ª semana de gestação.

No entanto, no HRT, Isadora foi informada pela médica plantonista que o protocolo era diferente, e a orientou a realizar a aferição de pressão e o exame de cardiotocografia dias depois.

Em 17 de maio, Isadora, que já estava com 39 semanas e dois dias de gestação, retornou à emergência, onde foi constatada a pressão alta e solicitado o processo de internação para indução do parto, tendo durado cerca de 24 horas. Contudo, de acordo com Isadora, ela não teve dilatação necessária do parto normal nem contrações ou rompimento da bolsa.

Quando os médicos foram conferir os batimentos cardíacos de Aurora pela última vez, na noite de 18 de maio, constaram que não era possível ouvir o coração da bebê, momento em que a mãe foi encaminhada para uma cesárea de emergência. Aurora nasceu em parada cardíaca, e a equipe iniciou manobras de ressuscitação por cerca de 20 minutos, inclusive com o uso de adrenalina.Após o parto, ainda na sala de recuperação, uma das médicas que a acompanhou no acolhimento teria se desculpado pelo ocorrido. Isadora relata que a médica veio até ela, a abraçou, pegou na sua mão, pediu perdão e saiu chorando de dentro da sala.

Por mais de 1 semana, tentamos contato com a Secretária de Saúde, que não responde a nenhum contato.

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