Depois de analisar e mapear os períodos de secas no Espírito Santo, por meio de estimativas do armazenamento de água no solo, estudiosos da Ufes pretendem entender o futuro das secas no Estado com base nas mudanças climáticas.
Esse estudo é viabilizado pelo uso de sensoriamento remoto, utilizando imagens capturadas à distância pelo satélite GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment), um projeto conjunto entre a NASA dos Estados Unidos e o DLR da Alemanha.
A avaliação do ciclo hidrológico por meio do satélite medem variações na gravidade terrestre, que estão relacionadas ao armazenamento de água no solo, aquíferos e geleiras. Segundo o professor da Ufes Diogo Buarque, esses dados são essenciais para entender mudanças no ciclo hidrológico, como variações na umidade do solo e no armazenamento de água subterrânea. “Isso ajuda a prever períodos de seca ou inundações em decorrência das mudanças climáticas.”
O professor explica que o seu grupo de pesquisa da Universidade em “Hidrossedimentologia, Geoprocessamento e Gestão da Água”, por meio do projeto FAPES “NAA Núcleo de Análises Ambientais – Mudanças Climáticas e seus Efeitos no ES”, está atualizando a modelagem hidrológica e hidráulica de todas as regiões hidrográficas do Estado com melhores informações de topografia e uso do solo, além de novas fontes de dados de chuva.
“Vamos analisar vários modelos de mudanças climáticas para estudarmos indicadores e entender dentro do Espírito Santo como as secas vão se comportar. O que já sabemos é que a tendência é que os períodos sem chuvas tendem a ser cada vez mais longos, e os períodos chuvosos mais curtos, mas com intensidades maiores em curto espaço de tempo. Dessa forma, estaremos mais suscetíveis a inundações”, explicou.
A vantagem de compreender melhor o futuro das secas é a capacidade de planejar e implementar estratégias eficazes para mitigar seus impactos. Com informações precisas e previsões confiáveis, é possível adotar medidas preventivas que protejam a agricultura, assegurem o abastecimento de água e reduzam o risco de desastres naturais, como inundações e perda de safras.
Além disso, o conhecimento antecipado sobre a evolução das secas permite que governos e comunidades se preparem adequadamente, promovendo a sustentabilidade dos recursos naturais e a resiliência das populações afetadas.