Entenda como é feito o processo das pesquisas eleitorais

Foco de atenção dos eleitores e candidatos durante a campanha, as pesquisas eleitorais são o retrato de um momento das eleições. Contudo, as metodologias, os dados e a própria intenção de uma pesquisa eleitoral despertam dúvidas em parte dos eleitores. Como uma pesquisa com mil pessoas estima a votação de uma cidade inteira? Onde são feitas as pesquisas, já que nunca fui entrevistado? Por que o resultado das urnas nem sempre são iguais aos da pesquisa? Esses são alguns questionamentos que se multiplicam à medida que o pleito eleitoral se aproxima, a cada dois anos. 

Na prática, o que os institutos de pesquisa fazem é medir, ao longo da campanha eleitoral, as diferentes temperaturas da disputa, portanto, cada pesquisa é como uma fotografia de um momento, de tendências que deságuam nas urnas. Os dados também revelam o perfil dos entrevistados, a rejeição de um candidato e a avaliação de governos, que também reforçam as avaliações sobre o sentimento da população que irá às urnas.

De cara, isso já explica porque as pesquisas não se propõem a cravar o resultado das urnas, mas sim a mostrar a tendência do eleitorado. “A gente mede a temperatura da eleição para identificar padrões, antecipar movimentos que estão acontecendo na opinião pública, para que o eleitor consiga, a partir dessas ondas, desses movimentos, da evolução da temperatura, decidir o que ele acha que é melhor para cidade dele, para a família dele, para ele mesmo”, explica Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria.

As pesquisas eleitorais adotam metodologia científica. O primeiro passo é a definição dos entrevistados. Como não é possível consultar todos os eleitores — já que isso é a própria eleição —, os institutos adotam critérios estatísticos para selecionar um grupo de pessoas — chamado de amostra — que represente segmentos da população. Essas características, selecionadas com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluem sexo, idade, escolaridade e renda.

É todo esse embasamento científico que diferencia as pesquisas eleitorais das enquetes online, que normalmente se proliferam durante esse período eleitoral.

“Em uma enquete, faz-se perguntas para o eleitorado sem nenhum tipo de metodologia ou rigor de como as pessoas vão ser selecionadas para participar. No caso da pesquisa, há todo um planejamento amostral para que a gente seja capaz de representar no estudo todos os conjuntos de preferências, interesses, valores, classes, segmentos sociais para que o resultado final seja representativo da opinião, do sentimento do eleitorado naquele momento”, acrescenta Felipe Nunes.

(DIÁRIO DO NORDESTE)

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