O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostrou queda (deflação) de 0,02% em agosto, apontam dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É a primeira redução do índice desde junho de 2023, quando a baixa havia sido de 0,08%. Segundo o IBGE, o novo resultado foi influenciado pelas quedas dos preços da energia elétrica residencial e de alimentos.
Com os dados de agosto, o IPCA passou a registrar inflação (alta) de 4,24% no acumulado de 12 meses, disse o IBGE. É uma desaceleração ante a taxa de 4,5% até julho.
A expectativa do mercado financeiro era de leve variação positiva de 0,01% em agosto, de acordo com a mediana das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg. O intervalo das previsões ia de -0,1% a 0,08%. O IPCA havia apresentado alta de 0,38% em julho.
O índice serve como referência para a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), cujo centro é de 3% em 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais.
Isso significa que a meta será cumprida pela autoridade monetária se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) nos 12 meses até dezembro.
Analistas do mercado financeiro projetam inflação de 4,3% para 2024, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (9). A estimativa subiu pela oitava semana consecutiva, mas ainda está abaixo do teto da meta (4,5%).
Parte dos economistas vê desafios à trégua da inflação com a renda aquecida no país. Os ganhos contínuos de rendimento tendem a estimular a demanda por bens e serviços. Consequentemente, podem pressionar os preços.
A crise climática também é foco de atenção para os próximos meses devido a potenciais impactos na inflação de itens como alimentos e energia.
Com o aumento das previsões para o IPCA, analistas consultados pelo boletim Focus passaram a projetar alta na taxa básica de juros pelo BC neste mês, com a Selic encerrando o ano a 11,25%. A Selic é o principal instrumento de controle da inflação no país
(FOLHAPRESS)