Um esquema criminoso que envolvia de empresários a carteiros dos Correios para a criação de contas bancárias e emissão de cartões de crédito foi desarticulado pela Polícia Civil do Ceará (PCCE).
Sete pessoas foram indiciadas, denunciadas pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e se tornaram réus após juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas – Fortaleza aceitarem a acusação. A grandiosidade do plano veio à tona após, no mínimo, dois anos de investigação. A vítima principal é o Banco do Brasil, lá entre pessoas físicas (CPF) que tiveram cartões de crédito emitidos e utilizados sem autorização em seu nome, está, até mesmo, uma delegada da Polícia Civil do Ceará.
O que foi apreendido?
Foram apreendidos carros de luxo, como uma BMW X6 e um Jeep Commander. Ainda, entre os itens apreendidos, estão joias e relógios de marcas luxuosas.
Como o esquema funcionava?
Tudo começou no mês de Agosto de 2022, quando a Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro deflagrou “a denominada Operação Hidra nos municípios de Fortaleza, Itapipoca e Caucaia. O consequente desdobramento da investigação nos permitiu conhecer a existência de um grupo dedicado ao cometimento de delitos de natureza semelhante à daqueles investigados em sede dos procedimentos que ensejaram a aludida operação”, afirmou a Delegacia de Defraudações e Falsificações, a DDF, em relatório assinado em junho deste ano.
A DDF detalha no relatório como o esquema acontecia, incluindo prints de conversas.
Ainda há nas conversas diversos comprovantes de transferências bancárias, “fruto da obtenção de vantagem indevida através dos cartões de créditos fraudulentos”.
Lavagem de Dinheiro
Enquanto ocorria a investigação, a Polícia identificou ainda a prática de lavagem de dinheiro. “A solicitação em larga escala de cartões de crédito fraudulentos reclama aos criminosos a necessidade de uso imediato desse mesmos cartões e a consequente transferência dos valores para contas seguras, a fim de se garantir a obtenção da consequente vantagem ilícita” e “o volume de dinheiro movimentado pelos investigados vindica esforços para conferir-lhe aparência lícita. E os investigados assim o fazem, seja pela aquisição de bens, seja pela utilização de Pessoas Jurídicas”.
Para as autoridades, ficou “caracterizado o tipo penal de branqueamento de capitais, vez que os recursos ilícitos são reintroduzidos na economia de forma aparentemente lícita”.