Rondônia: Seca extrema revela cor natural do rio Madeira; especialista explica o fenômeno

A cor esverdeada do rio Madeira, em Porto Velho, voltou a aparecer por causa da seca extrema. A mudança na tonalidade está diretamente ligada ao nível da água e aos sedimentos presentes no rio. Rio Madeira registrou, nesta semana, o menor nível da história: 25 centímetros.

A Coordenadora de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Daniely Sant’Anna, explicou que durante os períodos de cheia, o rio adquire uma cor barrenta, enquanto nas secas intensas, a coloração esverdeada natural pode ser vista.

Segundo Daniely, a cor amarronzada do rio Madeira está ligada aos sedimentos trazidos pelos seus afluentes. Já a coloração verde ocorre por causa da presença de algas, que se alimentam de esgoto, fertilizantes e outras substâncias presentes na água.

“Quando o rio está cheio, há um grande volume de terra que é arrastado para o leito, principalmente pela chuva e o desbarrancamento das margens. Por isso, o rio fica com essa aparência barrenta”

Nos períodos de seca, como o atual, o volume de água diminui, e os sedimentos acabam decantando, ou seja, se concentram no fundo do rio. Isso faz com que a água fique mais “clara” e revele sua cor natural: esverdeada.

Além da seca, outros fatores também influenciam o comportamento do rio Madeira, como as usinas hidrelétricas instaladas na região. Segundo a especialista, a formação dos reservatórios das usinas de Santo Antônio e Jirau alterou a velocidade da correnteza, o que interfere na movimentação dos sedimentos. O que explica a presença mais forte do verde em algumas regiões do rio.

“A construção das usinas fez com que o rio ficasse mais lento em certas áreas, especialmente nas proximidades dos reservatórios. Esse represamento permite que os sedimentos se depositem com mais facilidade no fundo, criando um ambiente onde a água tem menos movimento”, destacou a especialista.

(G1 – RONDÔNIA – REDE AMAZÔNICA)

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