A situação se intensificou na última semana, quando um funcionário invadiu o banheiro feminino enquanto uma estudante tomava banho, pelo menos 200 alunas são vítimas da situação, segundo relatos.
Em meio ao fervor das recentes eleições municipais, somos forçados a encarar mais uma vez a pífia realidade da nossa sociedade. Na manhã dessa segunda-feira, estudantes do CETI Joca localizado no bairro de Noivos, zona leste de Teresina, organizaram uma mobilização sem precedentes em resposta a relatos de assédio sexual e negligência administrativa. A mobilização foi liderada por membros do grêmio da escola e pela AMES Teresina, com o objetivo de apoiar as alunas a enfrentarem um dos mais soez comportamentos humanos. Com o apoio da comunidade escolar, as vítimas conseguiram registrar Boletins de Ocorrência, resultando na abertura de uma investigação e no afastamento do diretor e de alguns professores envolvidos.
Os suspeitos segundo relatos são:
O merendeiro da Unidade Escolar, e o vigilante da unidade também são suspeitos
Até o momento, 12 alunas se manifestaram, compartilhando relatos de incidentes que ocorreram desde o início do ano letivo. Uma delas expressou sua frustração: “Não é a primeira vez. Já são mais de 10 casos, e nunca fizeram nada. A escola é pública, meu corpo não.” Essas palavras refletem a indignação que permeia a instituição.
Veja vídeo, divulgado pelo Portal AZ:
A Secretaria de Estado da Educação do Piauí informa que teve conhecimento dos fatos alegados pelas redes sociais e imediatamente tomou as providências cabíveis, iniciando a apuração, acionando as autoridades policiais e enviando à escola equipes multiprofissionais e de gestão para escutar os gestores, professores, estudantes, o grêmio estudantil e toda a comunidade escolar.
A Seduc também determinou o afastamento preventivo dos citados enquanto perdurar a investigação dos fatos e acompanhará essa apuração, mantendo as equipes multiprofissionais e de gestão de forma permanente na escola para prestar toda a assistência necessária à comunidade escolar.
Além disso, a Seduc reforça seu compromisso irrestrito com a seriedade e transparência, visando um ambiente escolar saudável, de pleno respeito e de não violência, adequado para a educação integral dos estudantes.
É inaceitável que em pleno 2024 a direção da escola tenha permitido que esses casos fossem varridos para debaixo do tapete, minimizando a dor e a luta dessas alunas. A pergunta que fica é: quando acontecerá a redenção por justiça que essas estudantes tanto clamam?
O caso segue em investigação pelas autoridades.
Foto: G1 Piauí