A Escola Municipal Professor João Porfirio de Lima Cordão, situada na Zona Sudeste de Teresina, enfrenta uma grave escassez de alimentos, especificamente proteínas, o que obriga a direção a liberar os estudantes mais cedo.
Com apenas três horas de aula, os mais de 900 alunos têm sofrido prejuízos no aprendizado e na alimentação, sendo que, para muitos, a refeição oferecida na escola é a única completa do dia.
Rayane, a diretora da escola, afirmou que a instituição possui estoque de alimentos básicos, como arroz e feijão, mas a ausência de proteínas como carne, frango ou ovos impede a oferta de uma merenda adequada. Para tentar minimizar o impacto, a direção decidiu encurtar o horário escolar, ainda que a decisão cause revolta entre alunos e familiares.
“É injusto que a gente pague pela má gestão do prefeito, que não pensa em ninguém. Muitos alunos vêm à escola para garantir a única refeição decente do dia”, relatou uma estudante, em desabafo sobre a situação.
A situação parece se repetir em outras unidades de ensino da rede municipal.
Uma professora, que leciona em três escolas municipais, afirmou que todas enfrentam o mesmo problema: sem proteína em estoque, diretores, muitas vezes, acabam usando recursos próprios para comprar alimentos adicionais, como manteiga para cuscuz, tentando suprir a necessidade dos estudantes. “Os diretores, na maioria das vezes, acabam liberando mais cedo, pois não têm outra opção”, relatou.
A Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) foi procurada para esclarecer a situação e comentar sobre possíveis soluções, mas até o momento não respondeu aos questionamentos.