Marcha da Consciência Negra ocupa ruas de BH e enfatiza luta por visibilidade: ‘Não é só feriado’

Um momento para dar voz a tudo o que vem acontecendo ao povo negro ao longo da história do Brasil e para demandar políticas públicas e reparações a essa população. É assim que Wanderson Rocha, um dos organizadores da 15ª Marcha da Consciência Negra da Região Metropolitana, classifica o movimento que tomou as ruas da região central de Belo Horizonte nesta quarta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. A atividade é promovida por várias organizações sociais e apoiada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que afirma que os negros somam 53% dos moradores da cidade.

A ação teve início na praça Sete e seguiu pela  Avenida Afonso Pena em direção ao Parque Municipal Américo Renné Giannetti, com concentração em frente às Estátuas de Carolina Maria de Jesus e de Lélia Gonzalez. Cerca de 500 pessoas marcaram presença no local.

Rocha lembrou as centenas de anos de escravidão no país e como a falta de oportunidades, a discriminação e a ausência de visibilidade a pessoas negras ainda são gritantes na sociedade. 

“A marcha é uma forma de resistência do povo negro, que enfrenta frequentemente o racismo, o genocídio contra a juventude negra do nosso país, entre tantas outras coisas”, diz Wanderson Rocha.

O organizador do evento afirmou que é necessário lutar por reparações históricas, sociais e econômicas para o povo negro, uma vez que seus antepassados vivenciaram centenas de anos de escravidão no Brasil e, até hoje, são obrigados a conviver com os reflexos desse período sombrio.

“Por mais que a escravidão tenha acabado, não foram garantidos empregos, escolas, terras para moradia do povo negro. Não houve um processo de transição que garantisse a vivência no país, o que aprofundou a desigualdade social. Precisamos mudar isso”, enfatiza.

Conforme Rocha, Belo Horizonte precisa dar visibilidade ao povo negro em todas as áreas, além de reconhecer a contribuição intectual e cultural dessa população.

“A marcha marca uma unidade do movimento negro na cidade. Que, para além de feriado, hoje seja um dia para dar voz ao que está acontecendo conosco. Por mais valorização do povo negro!”, enfatiza ele.

(JORNAL O TEMPO)

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