Uma mãe que terá a sua identidade preservada declarou que as duas filhas, de apenas 11 anos, com Transtorno do Espectro Autista, foram abusadas sexualmente por um funcionário da Escola Municipal Gabriel Cavalcante, no bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza, Ceará.
A mãe das vítimas registrou um boletim de ocorrência no dia 14 de Maio, após uma das irmãs relatar o ocorrido, em que teria sido cometido por um funcionário que também exercia papel como professor.
“Uma delas, na hora de dormir, veio chorando e falou: ‘mamãe me desculpa, a culpa não foi minha, eu não queria que isso acontecesse, me perdoa’. Eu comecei a ficar desesperada. Aí ela contou que o ‘homem da escola’ ofereceu doce para ela e para a irmã, chamou elas para o banheiro, passou o órgão nelas, fez sexo oral, beijou na boca delas, entre outras coisas”, disse a mãe das crianças.
Ainda segundo a mãe, o docente teria cometido atos libidinosos com as garotas mais de uma vez, e também teriam ameaçado as meninas, para que elas não contassem a ninguém sobre os acontecimentos.
“Ela [filha] disse que ele já vinha aliciando elas, colocava elas no colo dele, falava coisas pornográficas, dizia que ela não poderiam falar para a ‘mamãe’. […] Ele ameaçou elas com uma faca, que se contassem para alguém ele ia cortar a língua delas, os dedos das mãos, os dedos dos pés e iria matar as duas”, afirmou a mulher.
As crises chegaram a tal ponto que a família apartou as duas garotas da escola para tratá-las. Após as vítimas contarem os abusos, elas foram encaminhadas ao Hospital Infantil Albert Sabin, onde foram medicadas contra DSTs, isto é, doenças sexualmente transmissíveis.
A Secretaria Municipal de Educação esclareceu que acompanha, com a família das crianças, todos os encaminhamentos dados diante da grave denúncia, que chegou à escola no dia 20 de maio.
“Logo que a família trouxe a denúncia à escola, foi acionada a Comissão de Proteção e Prevenção à Violência Contra a Criança e o Adolescente, existente em todas as unidades municipais de educação de Fortaleza. Escutas qualificadas estão sendo realizadas junto aos agentes da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz da SME. Esta medida tem como objetivo o acolhimento das crianças e seus familiares, bem como orientá-los”, afirmou a Secretaria.