Coréia do Sul: Entenda o que está acontecendo no país com a Lei Marcial

A Coreia do Sul enfrenta uma das crises políticas mais graves desde o estabelecimento da democracia em 1987. O presidente Yoon Suk-yeol decretou lei marcial, alegando a necessidade de preservar a segurança nacional em meio a tensões com a Coreia do Norte. No entanto, críticos apontam que as medidas são uma tentativa de silenciar opositores e concentrar poder. Yoon tem acusado partidos de centro de serem “pró-Pyongyang”, insinuando que compactuam com o comunismo norte-coreano, o que intensificou a polarização política e trouxe comparações a regimes autoritários do passado.

Nas últimas horas, um general de alta patente anunciou que todas as manifestações públicas estão proibidas sob a nova legislação. Além disso, veículos de comunicação foram colocados sob controle militar, restringindo a liberdade de imprensa. Jornalistas denunciaram censura severa, com notícias críticas ao governo sendo removidas e ameaças explícitas a quem descumprir as normas impostas. A sociedade civil reage com indignação, mas enfrenta dificuldades em se organizar devido à repressão.

A Assembleia Nacional, em resposta ao decreto, aprovou uma resolução exigindo o fim imediato da lei marcial. Pela constituição sul-coreana, o presidente é obrigado a acatar a decisão parlamentar. Contudo, a falta de confiança nas intenções de Yoon levanta dúvidas sobre sua disposição em cumprir a determinação. Desde o retorno da democracia no país, em 1987, nenhum presidente havia desafiado tão abertamente os limites de seu poder, reavivando memórias sombrias do governo autoritário de Chun Doo-hwan.

A população sul-coreana, acostumada a um sistema democrático vibrante, vive agora sob uma tensão inédita em mais de três décadas. Protestos ainda emergem nas redes sociais, apesar da censura, e figuras proeminentes da sociedade civil apelam por intervenção internacional. O desfecho da crise permanece incerto, mas uma coisa é clara: a democracia sul-coreana está sendo testada em sua essência.

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