O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14) o impeachment do presidente Yoon Suk-Yeol, em uma votação histórica que contou com 204 votos a favor e 85 contra. O processo foi iniciado após a revelação de que Suk-Yeol teria tentado implementar uma Lei Marcial no país, em uma suposta tentativa de golpe de estado. Com a decisão, o primeiro-ministro Han Duk-Soo assume interinamente a chefia do governo enquanto novas eleições presidenciais são organizadas, conforme determina a Constituição sul-coreana.
A medida drástica veio em meio a uma grave crise política que vinha se intensificando nas últimas semanas. O Parlamento convocou a votação em caráter emergencial após denúncias de que o presidente mobilizou forças militares para restringir liberdades civis, desafiando diretamente os princípios democráticos do país.
O impeachment ocorre menos de dois anos após Yoon Suk-Yeol assumir a presidência, em 2022, após uma campanha marcada por promessas de combate à corrupção e fortalecimento da economia. Paradoxalmente, Yoon liderou, em 2017, o movimento que destituiu a ex-presidente Park Geun-Hye, acusada de corrupção e abuso de poder. Na ocasião, ele ganhou notoriedade como promotor-geral, consolidando sua imagem como um defensor da democracia e da transparência, o que agora se torna objeto de intensa controvérsia.
Com a decisão, a Coreia do Sul deve organizar novas eleições presidenciais dentro de 60 dias, um prazo estipulado pela legislação local. Especialistas afirmam que a disputa será acirrada, com partidos da oposição buscando capitalizar a insatisfação popular gerada pelos últimos acontecimentos. Protestos tanto a favor quanto contra o impeachment de Suk-Yeol tomaram as ruas de Seul e outras grandes cidades, refletindo a polarização política no país.
Han Duk-Soo, que assume a presidência interinamente, já declarou que sua prioridade será garantir a estabilidade política e organizar um processo eleitoral transparente. Enquanto isso, Yoon Suk-Yeol deve enfrentar investigações sobre a tentativa de golpe, o que pode resultar em acusações criminais nos próximos meses.