Em um dos primeiros pronunciamentos após a transição de governo, o prefeito eleito de Teresina, Silvio Mendes (UB), revelou nesta segunda-feira (4) um esquema de desvio de verbas na Fundação Municipal de Saúde (FMS) que, segundo auditoria interna, teria movimentado cerca de R$ 20 milhões. O desvio seria relacionado a pagamentos inflacionados para clínicas privadas que prestaram serviços à FMS, recebendo valores até 30 vezes superiores ao preço correto.
A investigação do caso partiu de uma auditoria encomendada pela atual gestão da FMS, liderada pelo médico Ítalo Costa. A presidência da Fundação divulgou uma nota oficial confirmando a existência do esquema e explicando que o procedimento de apuração foi conduzido internamente, visando tanto o cumprimento das normas legais quanto o combate à evasão de receitas públicas. No entanto, por conta do caráter sigiloso da auditoria, a FMS afirmou que não divulgará mais detalhes para não comprometer as investigações em andamento.
Para Silvio Mendes, as irregularidades encontradas são “gravíssimas” e configuram “um dos maiores esquemas de desvio de recursos da saúde” já registrados em Teresina. Ele destacou que os repasses para as clínicas privadas atingiram valores surpreendentes, com múltiplas vezes o montante devido. O prefeito eleito também enfatizou a urgência de uma resposta institucional e a necessidade de responsabilizar os envolvidos.
O impacto dos desvios e a resposta do Ministério Público
O caso trouxe à tona questionamentos sobre o impacto dos desvios nas finanças públicas, especialmente num setor tão essencial quanto a saúde, onde os recursos são frequentemente insuficientes para suprir as necessidades da população. A FMS, em sua nota, informou que, após a conclusão da auditoria, os dados serão encaminhados ao Ministério Público do Piauí, responsável por dar continuidade às investigações e por determinar as ações legais cabíveis.
A descoberta do esquema na FMS reforça a importância de mecanismos de controle e auditoria nas instituições públicas, como apontou a atual gestão da Fundação. Este é um dos primeiros casos de desvio investigado pela FMS, que declarou a auditoria uma prioridade desde o início do atual mandato.